Depressão de Alto Funcionamento
- Fernanda Costa
- 14 de ago.
- 2 min de leitura

Você já se sentiu exausta, sobrecarregada, mas ainda assim mantendo a aparência de que tudo está sob controle? Como se um sorriso ou uma rotina impecável escondessem uma batalha interna?
A depressão de alto funcionamento se manifesta exatamente nessa dualidade: seguir com tarefas, compromissos e responsabilidades enquanto se lida com um desgaste emocional silencioso, intenso e muitas vezes invisível para os outros. Quem passa por isso costuma ser perfeccionista, exigente consigo mesma e sente dificuldade em parar ou relaxar, como se cada pausa fosse um risco de perder o controle.
Mesmo mantendo a produtividade, há um custo. O corpo e a mente carregam sinais de cansaço, alterações no sono, mudanças de apetite e isolamento social. É uma sobrecarga invisível que pode passar despercebida por familiares, amigos e colegas, mas que pesa profundamente em quem a vive.
Quem é mais afetado
Estudos apontam que essa condição é mais frequente entre mulheres, especialmente aquelas com perfecionismo extremo e dificuldade de relaxar, além de pessoas que buscam alta performance, priorizando produtividade em detrimento do bem-estar emocional.
Sinais que merecem atenção:
Perfeccionismo e autocobrança constantes
Fadiga persistente e sensação de esgotamento
Isolamento social e dificuldade em pedir ajuda
Distúrbios do sono, incluindo insônia
Alterações no apetite
Mesmo com uma rotina organizada, a pessoa sente um vazio interno e luta para manter a fachada de normalidade.
Impactos e riscos
Manter-se “funcionando” sob desgaste emocional não é sustentável. A longo prazo, os sintomas podem afetar a saúde física e mental, as relações pessoais e o desempenho profissional. Reconhecer a necessidade de cuidado é essencial.
Caminhos para o bem-estar
O tratamento geralmente combina psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos. Além disso, criar hábitos de autocuidado, estabelecer limites claros entre trabalho e descanso e cultivar momentos de presença consigo mesma são fundamentais. Atividades como exercícios leves, meditação, escrita terapêutica ou práticas criativas ajudam a aliviar a pressão interna e reconectar com as próprias emoções.
Não é fraqueza buscar ajuda. Admitir que precisa desacelerar é um ato de coragem. Sorrir por fora enquanto se sente esgotada não precisa ser sua única narrativa. É possível recuperar o equilíbrio e honrar corpo e mente.
Na Disá, acreditamos que cuidar de si mesma é revolucionário. Pequenos rituais de atenção — acender uma vela, preparar um chá com calma, alguns minutos de respiração consciente — são formas de dizer: eu me importo comigo. E isso é poder.
Se você se reconhece nesses sinais, permita-se buscar apoio profissional com carinho e atenção consigo mesma.
Referências utilizadas
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